Justiça nega soltura de ‘galã do Tinder’, acusado de estelionato sentimental por 12 mulheres

A Justiça negou a soltura do “galã do Tinder” brasileiro. O homem é acusado de estelionato sentimental por ao menos 12 mulheres. Após a prisão, mais cinco inquéritos foram instaurados contra ele.

O juiz da 3ª Vara Criminal de São Bernardo do Campo, Edegar de Sousa Castro, negou nesta quarta-feira (5) novo pedido de revogação da prisão preventiva, formulado pela defesa do suspeito.

Segundo a promotora de Justiça Érika Pucci da Costa Leal, “a soltura do réu, além de trazer sérios riscos à ordem pública, diante dos antecedentes e do fato de ele ter persistido nas práticas criminosas mesmo após o decreto de sua prisão, prejudicaria a instrução processual e a consequente aplicação da lei penal”.

Na avaliação da promotoria, a soltura do acusado poderia inibir novas denúncias de vítimas que não se sentem seguras. O homem usou tudo fictício: nome, história de vida, simulação de investimentos e de interesse amoroso.

“Aqui se afigura hipótese do que se convencionou chamar de estelionato sentimental, caracterizado pelo induzimento da vítima em erro, mediante o emprego de meio fraudulento consistente em promessa de relação afetiva ou com base em relação de confiança fundada em falso vínculo amoroso, para obtenção de bens ou valores em proveito próprio ou alheio”, escreveu.

Na decisão, foram deferidos os requerimentos de substituição e de oitivas de novas testemunhas formulados pelo Ministério Público e foi antecipada para dezembro a audiência de instrução e julgamento.

Prisão

A Polícia Civil de São Bernardo do Campo prendeu, no dia 22, o “golpista do Tinder brasileiro”, acusado de ter lesado financeiramente diversas vítimas com quem se relacionava.

Segundo a polícia, o suspeito aplicava golpes por meio aplicativos de relacionamento, como Tinder, Badoo e Happn, havia dez anos. Ele se cadastrava na plataforma e, em seu perfil, dizia ser um engenheiro que morava na região dos Jardins, bairro nobre da zona oeste da capital paulista.

O suspeito, então, conseguia atrair as vítimas e fazia com que elas se apaixonassem e se relacionassem com ele. O namoro durava de um mês a um ano. Ele chegou, inclusive, a conhecer parentes das vítimas durante almoços e datas comemorativas.

Em determinado momento, ele dizia que tinha problemas financeiros que envolviam a Receita Federal e convencia a vítima a fazer um empréstimo ou abrir uma empresa em sociedade. Além disso, ele sempre pedia dinheiro em espécie, pois afirmava que tinha as contas bancárias bloqueadas.

Quando o homem conseguia da vítima o dinheiro que dizia precisar, ele não fazia mais contato e deixava de responder às mensagens. Os relacionamentos envolviam diversas mulheres, algumas vezes simultaneamente.

As equipes do Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais) de São Bernardo do Campo cumpriram um mandado de prisão preventiva após um intenso trabalho de investigação sobre o criminoso.

O homem foi detido após ter se envolvido em um acidente enquanto era perseguido por uma viatura do Deic. Os agentes tentaram abordar o suspeito, que estava dentro de um carro prata, na avenida Raimundo Pereira de Magalhães, no Jardim Íris, zona norte de São Paulo.

Ele fugiu, o que deu início a uma perseguição que durou cerca de cinco minutos, até que a viatura conseguiu interceptar o veículo. Imagens mostram o momento em que o suspeito perdeu o controle do carro e teve a traseira do veículo atingida pela viatura.

O homem ainda colidiu com outros três automóveis. Ninguém ficou ferido.

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