Dados da Conab Revelam Crescimento de 18,4% na Produção em Relação à Temporada Anterior
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), responsável pelas políticas de abastecimento interno, divulgou na quarta-feira (6) dados impressionantes: a safra de grãos brasileira atingiu a marca recorde de 322,8 milhões de toneladas, um salto de 18,4% em relação ao ciclo anterior. Este ciclo agrícola no Brasil se estende de setembro a agosto do ano seguinte.
Esse aumento excepcional na produção pode ser atribuído a uma expansão na área de cultivo e ao aumento da produtividade dos agricultores, que conseguiram colher uma quantidade maior de grãos em uma mesma área de terra.
Soja e Milho Lideram a Produção
Os maiores destaques na produção foram os cultivos de soja e milho. A colheita de soja, por exemplo, alcançou um recorde de 154,6 milhões de toneladas, representando um impressionante crescimento de 23,2% em comparação à temporada anterior. Isso se deveu à recuperação da produtividade em estados como Mato Grosso do Sul, Paraná e Santa Catarina. No Rio Grande do Sul, também houve melhorias significativas nas colheitas.
O gerente de Acompanhamento de Safras, Fabiano Vasconcellos, observa que, nesta temporada, os efeitos do La Niña afetaram principalmente o estado gaúcho, mas em menor escala do que no ciclo anterior. Nos demais estados, as condições climáticas foram bastante favoráveis, apesar de alguns atrasos na semeadura e colheita.
Recorde Esperado para a Colheita de Milho
A produção de milho também está prevista para atingir um recorde histórico. A expectativa é que, somando as três safras do cereal, a produção alcance 131,9 milhões de toneladas, um aumento notável de 16,6% em relação à temporada anterior.
Desafios para o Arroz e Feijão
Por outro lado, alimentos fundamentais na dieta brasileira, como arroz e feijão, estão perdendo espaço para soja e milho, que oferecem maior rentabilidade devido à exportação em dólar. Apesar de melhorias na produtividade, a produção de arroz diminuiu 7%, resultando em uma colheita total de 10,033 milhões de toneladas. O destaque foi para as regiões produtoras do Rio Grande do Sul, apesar dos desafios causados pela falta de chuvas.
A produção de feijão, por sua vez, totalizou 3.040 milhões de toneladas, um aumento de 1,7% em relação à temporada anterior. A colheita foi concluída em maio, apresentando um ciclo produtivo satisfatório, mesmo com uma redução na área plantada em comparação com 2021/22. Nos principais estados produtores – Paraná, Minas Gerais e Bahia – as condições climáticas favoráveis durante as fases críticas permitiram alcançar um rendimento médio superior ao da temporada anterior, apesar da redução de 5,8% na área plantada.